Se você recebeu um laudo diagnosticando ADENOMIOSE, pode estar se perguntando: o que é? É câncer? É grave? Causa infertilidade? Quais os tratamentos? Imagem gerada pela IA (editada pela autora)
O que é Adenomiose?
A adenomiose é uma condição ginecológica em que o tecido que normalmente reveste o útero (endométrio) cresce dentro da camada muscular do útero (miométrio). Isso pode levar ao aumento do órgão e a sintomas como cólicas intensas, sangramento menstrual abundante e desconforto pélvico crônico. [Fonte: UpToDate]
Adenomiose é Câncer?
Não. Adenomiose não é um tipo de câncer e não se transforma em câncer. No entanto, mulheres com adenomiose podem ter um risco ligeiramente maior de desenvolver alguns tipos de câncer ginecológico, como o câncer de endométrio. [Fonte: UpToDate]
Quais são os Sintomas da Adenomiose?
Os principais sintomas incluem:
- Sangramento menstrual excessivo (menorragia);
- Cólicas menstruais intensas (dismenorreia);
- Dor pélvica crônica;
- Aumento do volume do útero, causando inchaço abdominal;
- Dor durante as relações sexuais (dispareunia).
[Fonte do tópico sintomas: Febrasgo 1]
Como a Adenomiose é diagnosticada?
O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética, que mostram o espessamento do miométrio e a presença de ilhotas de endométrio no músculo uterino. [Fonte: Revista Femina®]
Adenomiose e Infertilidade: Posso Engravidar?
Sim, mas a adenomiose pode dificultar a implantação do embrião e aumentar o risco de aborto espontâneo. O tratamento adequado melhora as chances de uma gravidez saudável. [Fonte: Febrasgo 2]
Adenomiose Tem Cura?
Não existe uma cura definitiva para a adenomiose, a não ser a histerectomia (remoção do útero). No entanto, existem várias opções de tratamento para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da paciente.
Quais São os Tratamentos Para Adenomiose?
O tratamento depende da gravidade dos sintomas e do desejo de preservar a fertilidade.
O tratamento da adenomiose depende da gravidade dos sintomas e das preferências da paciente. Mulheres assintomáticas não necessitam de intervenção. Para aquelas com sintomas como dor pélvica e sangramento menstrual intenso, existem várias opções, desde terapias medicamentosas até procedimentos cirúrgicos.
1. Tratamento Inicial: Anti-inflamatórios
O primeiro passo no manejo da adenomiose sintomática são os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno e naproxeno. Esses medicamentos ajudam a reduzir a dor (dismenorreia) e o fluxo menstrual excessivo, sendo uma opção simples e acessível para alívio dos sintomas leves a moderados.
2. Tratamento Hormonal:
Dispositivo Intrauterino hormonal (DIU)
Para mulheres que necessitam de um controle mais eficaz dos sintomas, o DIU hormonal com levonorgestrel (52 mg) é uma das melhores opções. Ele atua diretamente no útero, reduzindo a dor e o sangramento intenso. Estudos mostram que o DIU pode diminuir a espessura da camada afetada pela adenomiose e reduzir os sintomas a longo prazo.
Contraceptivos:
- Pílulas anticoncepcionais combinadas (estrogênio e progesterona)
Ajudam a reduzir o sangramento e a dor, embora sua eficácia específica para adenomiose não seja amplamente estudada.
- Pílulas de progesterona isolada (ex.: acetato de noretindrona, dienogeste)
Podem ser utilizadas em pacientes que não podem usar estrogênio.
- Agentes moduladores hormonais, como os agonistas e antagonistas do GnRH
Reduzem os sintomas ao suprimir os hormônios que estimulam a adenomiose, mas podem causar efeitos colaterais como fogachos e perda óssea.
3. Procedimentos Minimamente Invasivos
Quando o tratamento clínico não proporciona alívio adequado, algumas intervenções menos invasivas podem ser consideradas:
- Embolização das artérias uterinas (EAU)
Procedimento que reduz o fluxo sanguíneo para o tecido da adenomiose, aliviando os sintomas.
- Ablação endometrial
Técnica que destroi a camada interna do útero, podendo reduzir o sangramento, mas não é recomendada para quem deseja engravidar.
4. Cirurgia: Histerectomia
Nos casos mais graves, onde os sintomas são intensos e persistentes, a histerectomia (remoção do útero) pode ser a solução definitiva. Esse procedimento é indicado principalmente para mulheres que não desejam engravidar e não responderam a outras formas de tratamento.
[Fonte do tópico tratamento: UpToDate]
Conclusão
A adenomiose pode ser desconfortável e impactar sua qualidade de vida, mas não é um diagnóstico desesperador. É importante lembrar que existem diversas opções de tratamento disponíveis. Consultar um ginecologista é essencial para determinar a melhor abordagem terapêutica, levando em conta seus sintomas, idade e planos reprodutivos.
Referências
1. [UpToDate]: Uterine Adenomyosis (atualização do dia 06 de fev. de 2025)
O UpToDate é uma das principais plataformas médicas baseada em evidências do mundo, oferecendo conteúdo (pago) revisado por especialistas e constantemente atualizado. É uma das fontes mais confiáveis para diagnósticos, tratamentos e condutas clínicas. Link do artigo: [https://www.uptodate.com/contents/uterine-adenomyosis?search=adenomiose&source=search_result&selectedTitle=1%7E53&usage_type=default&display_rank=1]
2. [Febrasgo 1]: Adenomiose: Quadro Clínico e Diagnóstico
A Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) é uma das maiores autoridades em saúde da mulher no Brasil, reunindo os principais especialistas do país para fornecer diretrizes atualizadas, baseadas em evidências. Link do artigo: [https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/558-adenomiose-quadro-clinico-e-diagnostico] acessado em 20/03/25
3. [Febrasgo 2]: Adenomiose e Infertilidade: Ginecologistas explicam sobre o impacto dessa condição no período reprodutivo. Link do artigo: [https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1844-adenomiose-e-infertilidade-ginecologistas-explicam-sobre-o-impacto-dessa-condicao-no-periodo-reprodutivo] acessado em 20/03/25
4. [Feminina]: Revista Femina ® - Volume 51, Número 8, 2023
Femina® é uma revista oficial da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e é distribuída gratuitamente aos seus sócios. Link do pdf da revista: [https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/Femina_8_2023.pdf]
