Você está perdendo urina sem querer? Saiba se é normal, o que causa a incontinência urinária e quais são os tratamentos mais eficazes.
Nesse artigo você vai entender:
- O que é a incontinência urinária e quais são os tipos mais comuns;
- Se é normal perder urina com a idade;
- O que pode causar esse problema, especialmente em mulheres;
- Quais os tratamentos disponíveis (desde exercícios até cirurgia);
- Como o ultrassom transvaginal pode ser usado para investigar;
- E, principalmente, se tem cura.
Recebi o diagnóstico de incontinência urinária. E agora?
Se você tem notado que está perdendo urina involuntariamente, mesmo sem querer, não está sozinha. A incontinência urinária afeta cerca de 45% das mulheres adultas, segundo estudos internacionais recentes — e, no Brasil, mais de 1 em cada 4 mulheres idosas relatam esse problema (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).
Mas, apesar de comum, não é normal e nem deve ser ignorado. Perder urina não faz parte natural do envelhecimento e existem tratamentos eficazes, desde mudanças de hábito até procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos (UPTODATE, 2025).
O que é incontinência urinária?
É a perda involuntária de urina, ou seja, fazer xixi sem querer. Pode acontecer ao tossir, rir, correr, sentir vontade repentina ou mesmo durante o sono. É um sintoma, não uma doença em si.
Existem 3 tipos principais:
- Incontinência urinária de esforço: perda ao tossir, rir, espirrar ou carregar peso;
- Incontinência urinária de urgência: vontade repentina de urinar e não consegue segurar;
- Mista: quando os dois tipos estão presentes.
Quais são as causas da incontinência urinária?
A causa varia de acordo com o tipo, mas os principais fatores envolvidos são:
- Partos vaginais (especialmente múltiplos);
- Menopausa (queda dos hormônios afeta a musculatura);
- Obesidade (aumenta a pressão sobre a bexiga);
- Cirurgias ginecológicas anteriores;
- Idade avançada;
- Constipação crônica;
- Infecções urinárias frequentes;
- Uso de certos medicamentos (ex: diuréticos, relaxantes musculares);
Quais os sintomas que devo observar?
- Perda de urina ao fazer esforço físico leve (rir, espirrar);
- Vontade urgente e frequente de urinar;
- Levantar mais de uma vez por noite para urinar (noctúria);
- Sensacão de não esvaziar completamente a bexiga;
- Uso frequente de absorventes ou fraldas;
Como é feito o diagnóstico?
O médico vai avaliar seu histórico clínico, exames físicos e, se necessário, exames como:
- Diário miccional: anotação dos hábitos de urina por 3 dias;
- Urodinâmica: avalia como a bexiga armazena e libera a urina;
- Exames de imagem: incluindo ultrassom transvaginal e uretrocistografia.
Qual o papel do ultrassom transvaginal na incontinência urinária?
O ultrassom transvaginal é muito importante, especialmente para avaliar se há:
- Alterações anatômicas da bexiga e uretra;
- Presença de prolapso dos órgãos pélvicos;
- Espessura e ecotextura do colo vesical;
Essas informações ajudam o médico a entender a causa da incontinência e definir o melhor tratamento. É um exame simples, rápido e indolor.
Existe tratamento para incontinência urinária?
Sim! Os tratamentos vão desde medidas conservadoras até cirurgias, dependendo do tipo e gravidade.
1. Tratamentos não cirúrgicos:
- Exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico (Kegel);
- Fisioterapia especializada;
- Uso de cones vaginais e biofeedback;
- Redução de peso e parar de fumar;
- Controle da ingestão de líquidos;
- Medicamentos antimuscarínicos e agonistas beta-3 (nos casos de bexiga hiperativa);
- Estrogênio vaginal (após a menopausa).
2. Tratamentos cirúrgicos (casos mais graves):
- Sling (tela para sustentar a uretra);
- Colposuspensão retropúbica (cirurgia de Burch);
- Procedimentos minimamente invasivos com alta taxa de sucesso.
A incontinência urinária tem cura?
Em muitos casos, sim. Mesmo quando não há cura completa, os sintomas podem ser significativamente reduzidos com tratamento adequado. O mais importante é procurar ajuda médica logo no início dos sintomas.
Por que você não deve ignorar a perda de urina
Além do incômodo, a incontinência pode:
Aumentar o risco de infecções;
Provocar quedas em idosos (ao correr para o banheiro);
Causar irritações de pele e assaduras;
Prejudicar o sono e a vida sexual;
Aumentar o isolamento social e sintomas de depressão.
Referências bibliográficas
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da incontinência urinária não neurogênica. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_terapeuticas_incontinencia_urinaria.pdf
FEMINA. Incontinência urinária. Revista da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Femina, v. 50, n. 7, 2022.
UPTODATE. Female urinary incontinence: Evaluation, Treatment, and Surgical Options. Disponível em: https://www.uptodate.com
